"Tenho visto que existe um grande apoio no conselho para que se tenha um teto razoável. E temos que trabalhar também o piso, que precisa ser elevado", declarou ontem o governador após aula magna em homenagem aos dez anos da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs).
O petista se espelha em outros países para alavancar o debate. "Na Suécia, a escala salarial vai de um para sete no serviço público. Claro que não vamos conseguir isso, mas a primeira coisa a ser feita é verificar qual a relação entre o menor e o maior salário aqui no Estado", compara.
Em ocasiões anteriores, o governador já havia demonstrado ser simpático a um teto correspondente ao seu próprio salário, fixado em R$ 17 mil. Tanto que quando os deputados estaduais aumentaram seus vencimentos, no final de 2010, de R$ 11,5 mil para R$ 20 mil - podendo também ser elevado o salário do governador e de seus secretários -, Tarso abriu mão do reajuste. A disparidade entre os salários do funcionalismo já estava na pauta do Piratini desde as discussões sobre o plano de sustentabilidade financeira. Um dos argumentos utilizados pelo governo para aumentar a contribuição previdenciária sobre os maiores vencimentos era o de que é muito pequeno o número de servidores que recebem salários elevados.
O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana (PT), já havia atacado a discrepância entre os salários ainda em maio, durante um seminário que discutia as medidas do pacote. No evento, ele considerou uma "distorção" o fato de que 18% dos servidores absorvem 57% da folha de pagamento do Estado, enquanto os 82% restantes respondem por 43% dos gastos com pessoal. Os 18% de funcionários públicos aos quais Pestana se referia são os que foram atingidos pela reforma previdenciária aprovada na Assembleia Legislativa, que aumenta de 11% para 14% a alíquota sobre quem ganha mais de R$ 3.689,66.
O governador Tarso Genro sabe que enfrentará resistências, se recusa a falar em um valor ideal para o teto salarial do Estado, mas promete diálogo. "Vamos fazer isso com tranquilidade e ouvir o MP, a magistratura e os fiscais (do Tesouro)."
Governador critica política salarial de Lula e ‘conformismo' das corporações sindicais
Tarso disse que as corporações sindicais hoje em dia estão concentradas em demandas meramente "economicistas e imediatas". E recriminou o que considera "conformismo" por parte dos sindicatos, que se contentam com conquistas limitadas.
"O movimento sindical ou é puramente economicista, ou é conformista. A política de salário-mínimo do governo Lula foi revolucionária, mas, pelo amor de Deus, está muito aquém do ideal", disparou o governador.
Toda a palestra foi centrada no argumento de que "o Estado foi capturado pelo capital financeiro internacional". Tarso observou que os governos nacional e estadual não têm autonomia, pois precisam seguir as orientações do capital financeiro mundial.
"Quase 40% dos recursos da União são destinados a pagar e rolar a dívida pública. Aqui no Rio Grande do Sul, são cerca de R$ 400 milhões por mês para pagar a dívida", acusou.
Ele considera que é preciso fazer uma "profunda revolução democrática que impeça a captura do Estado pelo capital e o coloque sobre o controle da sociedade civil". O petista aponta que um caminho possível para que isso ocorra é aproximar a democracia direta da democracia representativa.
"Há uma contradição entre as reivindicações dos movimentos sociais e a representação política tradicional. Os foros dos parlamentos estão descolados da luta de classes na pós-modernidade", observou.
Universidade terá aumento de 30% no orçamento
A universidade foi homenageada ontem por completar dez anos neste domingo. Antes do início da sessão plenária de ontem na Assembleia Legislativa, o grande expediente proposto pela deputada Marisa Formolo (PT) homenageou a instituição e contou com a presença de reitores e autoridades da instituição de ensino.
Muitos parlamentares da atual legislatura estavam na sessão que aprovou o projeto de lei de criação da Uergs, em junho de 2001. É o caso de Adilson Troca (PSDB), que, na época, fazia oposição ao então governador Olívio Dutra (PT, 1999-2002). O tucano é autor da emenda que previa que o reitor da Uergs fosse eleito pela comunidade acadêmica da universidade.
O deputado Adroaldo Loureiro (PDT) também estava na sessão que aprovou a criação da Uergs e lembra que o projeto chegou bem "azeitado" no Parlamento. "Foi bastante tranquilo, havia sido feita uma discussão por todo o Estado", recorda. Outra liderança envolvida no processo de criaçao da Uergs lembrada pelos parlamentares ontem foi o atual secretário de Infraestrutura, Beto Albuquerque (PSB).
Carta de Concertação pauta a reunião do
Conselhão hoje à tarde
Dagoberto Valteman-2º Sgt RR BM
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